Crônicas fotográficas

Data da publicação: 05/09/2014

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Um olhar despretensioso, mas não menos cuidadoso, sobre os espaços da cidade é também pensar o cotidiano e imaginar suas reformulações


 

Crônica é uma palavra derivada do grego, chronos, que quer dizer tempo. Na literatura, é uma narrativa em ordem cronológica. No jornalismo, uma narração curta e periódica sobre fatos cotidianos. O que há em comum na forma destas opções é o ponto-de-vista crítico do autor. E se falamos em ponto-de-vista, por que não desenvolver também uma crônica fotográfica?

O mestre da fotografia de rua Henri Cartier-Bresson afirmava que a câmera fotográfica era para ele um caderno de esboços e instrumento da intuição. Cartier-Bresson procurava novos significados na espontaneidade do cotidiano enquanto caminhava. Com importantes trabalhos no fotojornalismo do século XX, grande parte da sua obra fotográfica é sobre crônicas da vida europeia, um olhar sobre o que impelia as pessoas ao futuro pós-guerra.

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Henri Cartier-Bresson

Os acontecimentos entre os espaços urbanos, sejam políticos, religiosos ou prosaicos eram de imenso interesse para um fotógrafo que via nestes espaços uma grande composição estética. Cartier-Bresson nos dá algumas pistas para uma boa crônica fotográfica: é preciso conectar-se ao mundo que se fotografa, através de concentração, sensibilidade e algum conhecimento de geometria para uma boa composição da cena.

Um cronista deve ressaltar a importância do olhar poético e crítico, mas também irônico e humorístico. Outros fotógrafos que podem nos inspirar a olhar os espaços urbanos de forma diferente são Elliott Erwitt, com sua abordagem irônica sobre o modo de vida norte-americano; Martin Parr, que documenta as classes sociais britânicas em divertidas situações; e também Luiz Braga com seus coloridos registros sobre a vida popular nas ruas do Pará.

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