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Um tema técnico e que gera sempre dúvida nos postos de serviços, tanto para os profissionais, quanto para os clientes, são os combustíveis. Quem nunca teve dúvida na hora de abastecer sobre qual é o produto recomendado para seu veículo?
Marcelo Borja, Consultor ALE e especialista em varejo e postos de combustíveis, esclarece 12 mitos e verdade sobre combustíveis. Acompanhe!
Verdade. Os motores atuais precisam de gasolina aditivada. Desde a década de 1980, os motores evoluíram e, hoje, 81% da frota nacional tem menos que 15 anos. São motores que estão com maior taxa de compressão, que estão esquentando mais, que precisam de eficiência energética.
Ou seja, precisam fazer mais quilômetros por litro de combustível. A gasolina aditivada tem propriedades, detergentes e dispersantes, que levam o motor o mais próximo possível de quando era novo. Faz bem usar a gasolina aditivada.
Verdade. A formulação da gasolina aditivada faz com que o motor extraia o máximo de sua potência e qualidade. Os aditivos têm a função de limpeza e dispersão da “sujeira” interna do motor, provocando sua constante manutenção. Também é indicado a calibragem dos pneus e troca de óleo no período recomendado.
Isto é, para um rendimento ainda mais satisfatório, além de utilizar a gasolina aditivada, o carro deve ter sua manutenção em dia e o motor funcionar em velocidade regular. Mesmo em questão de custos, ela também é vantajosa, pois garante a preservação dos bicos, por exemplo.
Mito. É possível abastecer com gasolina comum e aditivada da maneira que quiser, inclusive, misturando as duas. Caso o cliente não tenha o hábito de abastecer com aditivada, recomenda-se que o faça gradativamente.
Se o tanque estiver muito sujo, com muitas impurezas, essa sujeira não vai sair de uma vez só. Se o carro for com bico injetor, no qual qualquer sujeira pode entupir e dar uma rateada, o motorista vai sentir no momento que fizer a troca e pode associar a um problema de combustível, que não tem nada a ver.
É apenas o carro fazendo a limpeza. Quando muda o tipo de combustível, é adequado percorrer de 10 a 15 minutos para que o leitor faça a decodificação de qual é o combustível que está sendo utilizado. Pode colocar gasolina aditivada em todo o abastecimento.
Mito. Os motores modernos, os flex, foram concebidos para trabalhar com qualquer mistura, em qualquer proporção. Não há sentido em você ter medo de usar gasolina aditivada achando que vai viciar o motor do carro. Você pode colocar 30 litros de gasolina comum com 10 litros de aditivada. Se quiser mudar para etanol também não há problema.
Verdade. O poder calorífico do etanol é menor que o da gasolina. Um carro abastecido com um litro de gasolina pode rodar 10 quilômetros, já um carro abastecido com um litro de etanol vai rodar 7 quilômetros. Ou seja, o etanol tem 70% do poder calorífico e energético da gasolina.
Então, ele não necessariamente gasta mais, mas só rende 70% do que a gasolina rende. É importante que os vendedores de pista saibam orientar os clientes sobre esse desempenho, já que muitas vezes eles não sabem.
Em termos de custo benefício, a conta é a seguinte: se a gasolina comum estiver sendo vendida a R$ 4,89 o litro, por exemplo, multiplique esse valor por 0,7. O resultado será R$ 3,42. Nesse caso o etanol é vantajoso para o consumidor se estiver com o litro abaixo de R$ 3,42.
Verdade. Vamos falar um pouquinho sobre octanagem, que é a resistência à auto ignição. Melhor dizendo, dentro da mistura da câmara de combustão, o etanol tem de 107 até 110 octanas. Só para fazer o comparativo, a gasolina tipo C comum tem 87 octanas; e a gasolina tipo C premium tem 91 octanas.
Entretanto, não adianta abastecer com etanol se o carro não tiver uma taxa de compressão para aproveitar toda a octanagem que o etanol tem. Inclusive, alguns carros de competição usam o etanol para aumentar a potência do motor em relação à octanagem.
Mito. Atualmente, a concepção dos motores exige que o reservatório de partida a frio seja acionado independentemente de qual combustível estiver no tanque, mesmo sendo gasolina.
Uma dica importante é abastecê-lo com gasolina aditivada, que dura mais. A gasolina comum dura de 2 a 3 meses no reservatório, já a aditivada pode durar até 6 meses.
Contudo, esses reservatórios estão com os dias contados. Desde 2017, a concepção da injeção de combustíveis no carro mudou, é a injeção direta. Desde então, muitos veículos já não têm mais o reservatório, o que é uma tendência.
Mito. O etanol comercializado nas bombas tem água. Ele se chama etanol hidratado justamente porque contém água. Às vezes, quando o carro apresenta um problema — que não está relacionado ao combustível —, há profissionais mecânicos explicando que o motor está oxidado, porque tem água no motor.
Há um percentual de água permitido no etanol hidratado, de 5 a 7%. Água e etanol são miscíveis, ou seja, se misturam e têm compatibilidade. O Termodensímetro de Leitura Direta, fica ao lado da bomba justamente para facilitar o consumidor verificar se o produto está dentro da especificação.
Dentro deste tubo tem mercúrio, à medida que o veículo é abastecido, o etanol passa no instrumento, que faz uma leitura rápida e direta de temperatura e densidade, ou massa específica.
Nessa leitura, se o mercúrio estiver acima do líquido, significa que não atende às especificações e o próprio consumidor consegue identificar, com o auxílio do vendedor de pista.
Mito. Depende muito do veículo. A letra “S” é de sulfur de enxofre. Então, o S10 é um diesel que só tem 10 partes por milhão de enxofre e o S500, 500 partes por milhão de enxofre, ideal para veículos mais pesados.
Tanto o S10 quanto o S500 têm uma adição de 12% de biodiesel — o que pode variar de acordo com a legislação vigente. O teor de biodiesel deve aumentar, já que não polui o meio ambiente.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) determina quantidade, a Petrobras fornece o diesel e as distribuidoras adicionam o biodiesel. O diesel S10 é mais usado em capitais que têm um maior fluxo de veículos e o S500 tem um uso predominantemente rodoviário.
Verdade. Em 2012, o Brasil aderiu a um protocolo do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), movimento global para que os veículos tenham mais eficiência energética, poluindo menos. Os veículos a diesel S10 estão diretamente ligados a essa poluição.
É importante lembrar que não é possível colocar o diesel S500 em um veículo produzido em 2015, mas é possível colocar o S10 em um veículo produzido em 2010, por exemplo.
Mas é preciso tomar alguns cuidados, pois o diesel tende a juntar água. Então, nos veículos anteriores a 2012, é recomendado fazer a limpeza do tanque para receber o S10.
Verdade. Nos veículos pesados, só o diesel S10 não consegue produzir uma fumaça limpa, com isso, o dióxido de carbono vai continuar muito pesado. Então, esses veículos são dotados de um reservatório, ao lado do tanque de abastecimento, com o Arla 32 — Agente Reator Líquido Automotivo.
É um aditivo com 32% de uréia. Infelizmente, há caminhoneiros que substituem o Arla por água, o que causa diversos problemas. O sistema é burlado e o caminhão perde força, pode travar, além de emitir uma fumaça poluente.
A tentativa é economizar, mas há uma rígida fiscalização da Polícia Rodoviária, que possui equipamentos para identificar se é Arla ou água. Caso a água seja identificada, o motorista responde a crime ambiental.
Mito. Os motores destes veículos têm o DPF (Filtro de Partícula). Quando o veículo atinge uma velocidade acima de 50, 60 km/h, há uma temperatura dentro do filtro que quando o diesel passa por dentro, as moléculas de dióxido de carbono do vapor são transformadas.
Sendo assim, não pode ser utilizado qualquer lubrificante, tem que ser o indicado para o veículo. Caso contrário, o DPF, uma peça extremamente cara — cerca de R$ 14 mil —, será danificada
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